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Mateus 24:37-42 Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Lucas 17:34-37 Digo-vos que, naquela noite, dois estarão numa cama; um será tomado, e deixado o outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada a outra. [Dois estarão no campo; um será tomado, e o outro, deixado.] Então, lhe perguntaram: Onde será isso, Senhor? Respondeu-lhes: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também os abutres. Quando apresentamos as passagens anteriores a um cristão e lhe perguntamos se ele prefere ser levado ou ser deixado, a grande maioria das respostas são que preferem ser levado. Porque? Porque, a regra geral, embora sem qualquer fundamento, associamos esta passagem ao arrebatamento, ou seja, ao ir ao encontro do Senhor nos ares. Se esta também é a sua idéia acerca destas passagens, continue a ler... A questão que se coloca quando analisamos as passagens acima transcritas é se quando Jesus diz que “Um será tomado, e o outro será deixado” Ele está dizendo que quem é tomado é levado ao encontro do Senhor nos ares, como vulgarmente se pensa, ou se nos está a dizer outra coisa. Vejamos o contexto. Na passagem de Mateus, Jesus claramente nos diz que os dias que antecederão a sua segunda vinda, serão como nos dias de Noé: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos....” Jesus aqui está a dizer-nos que a humanidade daquele tempo vivia muito absorvida com as coisas mundanas em sua vida do dia a dia e não se encontrava lugar par Deus nas suas vidas, quando, na realidade, Ele deve ter a primazia em tudo. O que é que sucedeu a estas pessoas? Foram levadas pelas águas do dilúvio. Foram levadas para a morte. “Ser levado” aqui é uma coisa má. Conduz a morte e não a vida. Note-se que Jesus está a falar dos do mundo e mais adiante, na parábola do bom e mau servo, confirma-o quando nos fala deste último: Mateus 24:48-51 Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios, virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes. A mensagem é exatamente a mesma. O mau servo passava seu tempo despreocupadamente a comer e a beber, a semelhança dos tempos de Noé e em semelhança deles, também este será levado para um lugar onde haverá prantos e ranger de dentes. Claramente, “ser levado” nestes dois exemplos que definem o contexto da passagem não é uma coisa muito boa. “Ser levado” não é sinônimo de arrebatamento e salvação, mas sim de juízo e morte. Noé entrou na arca para “não ser levado” pelo dilúvio. É neste contexto que Jesus nos diz nos versos 40-41 que: “Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra.” Lucas não nos dá tanto detalhe quanto Mateus, mas o contexto é o mesmo, os últimos dias serão como os dias de Noé: Lucas 17:26-30 Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar. Encerra no entanto o discurso com um versículo bastante elucidativo: Lucas 17:37 Então, lhe perguntaram: Onde será isso, Senhor? Respondeu-lhes: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão também as águias.
AS ÁGUIAS E O CORPO
Os discípulos perguntam a Jesus qual o destino dos que serão levados e Ele responde: “Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as águias”. (Algumas traduções trazem abutres) Há quem diga que o “o corpo” é a igreja (corpo de Cristo) e as águias são os anjos, mas vejamos melhor. O CORPO Em primeiro lugar, a passagem paralela a esta, está em Mateus 24:28, diz: “Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias” A palavra grega traduzida “cadáver” é “ptoma” que, de acordo com o “Complete Word Study Dictionary”, significa: “corpo morto, cadáver, carcassa...figurativamente refere-se a qualquer coisa caída como as ruínas de uma casa”. Portanto, o local onde se reúnem as águias, é um local onde existem corpos mortos. A palavra grega usada em Lucas não é “ptoma” mas sim “soma” que significa “corpo” e é usado várias vezes no Novo Testamento para representar o corpo de Cristo. Mas também significa “corpo” em sentido individual, ou seja, corpo humano, tanto vivo como morto. De acordo com Mateus, é este último sentido que devemos adotar em Lucas. A conclusão é a mesma: o local onde as águias se reúnem é um local onde existem corpos mortos. AS ÁGUIAS A palavra grega aqui traduzida “águias” é “aetos” que significa: “águia ou abutre”. Uma vez que a imagem aqui é a de um conjunto destas aves reunidas em torno de cadáveres, o significado mais correto será provavelmente, “abutres”. Estas passagens não nos falam de nenhum arrebatamento, mas sim de pessoas a serem levadas para serem julgadas e mortas, e das aves de rapina a consumirem seus cadáveres. Estas passagens compreendem-se melhor a luz de Apocalipse 19: 17-21. “Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes. E vi a besta e os reis da terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra aquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército. Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre. Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes”.
AINDA QUER SER LEVADO? Este estudo foi preparado pelo irmão Rui Quinta da Igreja de Deus de Portugal, ou seja a IUJC, (Igreja Universal de Jesus Cristo), publicada na revista Compreender , Revista Cristã de Reflexão, Nº 19 – 2003. O seu site é: www.iujc.pt . Abraços fraternos José Pedro de Oliveira
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