Monte Sinai

 
31 - Quando o seu nome aparece no Grande Yom Hadin?

 

 

 

1. VIVEM ainda hoje alguns que se lembram da tempestuosa onda de protestos que se ergueu em todo o mundo civilizado quando se revelaram os horrores do massacre de Kishineff, de meio século atrás. A humanidade, afrontada, clamava por rápida punição dos perpetradores dos atrozes crimes. E mais uma vez, após a Segunda Guerra Mundial, quando divulgados ao mundo os dantescos pormenores da sádica chacina de seis milhões de judeus, levantou-se o clamor das pessoas esclarecidas de todo o mundo, para que o sangue daquelas vítimas inocentes fosse vingado sem demora e que a justiça pudesse prevalecer.

A justiça é uma das básicas condições e exigências da sociedade civilizada. Este senso de justiça foi implantado no coração humano pelo próprio Criador, de quem foi dito: "Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações!" (Apocalipse 15:3).

2. Por que um Deus justo e compassivo permite que crimes tão monstruosos aconteçam, tem sido fonte de profunda perplexidade a muitos crentes sinceros e conscienciosos. Eles indagam: "Como pode tolerar o grande e misericordioso Deus que os ímpios executem sua obra nefanda? Por que Ele não impõe termo a essas práticas desumanas e não vinga essas injúrias? Por que, ó, por que tolera Ele os que praticam a iniqüidade? Por que não apaga Ele da existência os ímpios?

Essas perguntas não são novas. Elas têm preocupado homens e mulheres pensantes através dos séculos. Davi, o suave cantor de Israel, sentiu grande perplexidade diante desse enigma. Ele tinha um agudo senso de justiça. A liberdade de ação, aparentemente ilimitada, dos ímpios, era-lhe um profundo e desconcertante mistério, ao qual ele deu expressão nas seguintes palavras:

- "... quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos... ao ver a prosperidade dos perversos... eles não partilham das canseiras dos outros, nem são afligidos como os outros homens.... Eles possuem mais do que o coração pudesse desejar. São corruptos.... Eis, eles são os ímpios que prosperam no mundo, eles aumentam em riquezas." Salmo 73:2-12 (H).

3. Davi refletia sobre esse obscuro enigma do mal permitido e foi grandemente agitado ao pensar nessa questão, "até que", diz ele, "entrei no santuário de Deus, então eu entendi o fim deles''. Verso 17 (H). Ao observar os sacerdotes colocarem a gordura do sacrifício sobre o altar a fim de ser consumida pelo fogo, reconheceu nesse símbolo o destino final dos ímpios. A gordura, na Bíblia, é um tipo cerimonial do pecado. Salmo 37:20. "Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios", exclamou ele. "Como caem em desolação, quase num momento! são totalmente consumidos de terrores.'' Salmo 73:18, 19 (H).

Os segredos da divina justiça foram assim desdobrados a Davi nos serviços do santuário. Compreendeu então, como talvez nunca dantes, que Deus dará a cada homem segundo as suas obras, e que "tudo o que o homem semear, isso também ceifará". Gálatas 6:7. Ele sabia que todo ato pecaminoso, toda prática duvidosa, quer aberta quer secreta, terá seu tratamento no grande Yom-ha-Din - o Dia do Juízo - quando todo pecado de que não se tenha arrependido, terá sua justa penalidade Agora, Davi possuía um conceito mais claro da justiça divina e ficou satisfeito.

 

Todos Deverão Prestar Contas a Deus

Conquanto as Escrituras nos afirmem que "Deus é amor", nós não devemos esquecer a verdade de igual importância que a justiça também é um dos principais atributos de Deus. Lemos que "Justiça e juízo são a habitação do Seu trono". Salmo 89:15 (H). "Ele (Deus) preparou o Seu trono para julgar. E Ele julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão." Salmo 9:8, 9 (H).

4. Apresenta-se hoje a idéia, e está ganhando terreno, de que o homem não é responsável a nenhum poder mais alto que ele mesmo; que ele é seu próprio juiz - ou seja, é a lei para si mesmo. Isso, porém, é simples idéia fantasiosa e contrária aos fatos e à experiência, pois, para onde quer que nos volvamos, encontramo-nos sujeitos a leis: as leis da gravidade, da higiene, da nutrição, etc., etc. Não podemos ignorar essas leis sem sofrer as conseqüências. O mesmo Deus que estabeleceu leis naturais, também ordenou a lei moral - os Dez Mandamentos - para o bem-estar e felicidade do homem. Ele possui o dom de poder escolher entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. Desta escolha depende seu destino eterno. Citamos:

- "Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.'' Eclesiastes 12:14 (J).

- ''Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal." II Coríntios 5:10 (Gr.).

Note-se quão inclusiva é essa convocação para a barra do tribunal de Deus: Todos devem comparecer, independente de raça, cor ou posição social, pois Deus não faz acepção de pessoas. Deuteronômio 10:17; Atos 10:34. Ninguém é isento. Desde que todos pecaram, todos terão que defrontar um dia o augusto Tribunal, de cuja sentença não pode haver apelação.

 

Integrantes do Juízo

5. Declara o salmista que o Principal Juiz do Tribunal celeste é o próprio Deus. Salmo 50:6. Juízes terrestres às vezes haviam sido influenciados de várias maneiras, para tomar decisões parciais e injustas, mas Deus é "o Juiz de toda a Terra". Gênesis 18:25 (J). A Seu respeito lemos:

- "Todos os Seus caminhos juízo são. Deus é a verdade, e não há nEle injustiça, justo e reto é." Deuteronômio 32:4 (H).

6. Quem são as testemunhas, nesse tribunal celeste de justiça? De acordo com as Escrituras, são os anjos que nos acompanham por toda nossa vida, mantendo um registro fiel e preciso de toda palavra proferida, cada ato praticado, cada transação feita. Lemos:

- "Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão Se iraria Deus contra a tua voz, de sorte que destruísse a obra das tuas mãos?'' Eclesiastes 5:6 (H). Esses registros pormenorizados são guardados em livros, dos quais falaremos mais tarde.

7. Quem é o advogado de defesa? Quem defenderá nossa causa perante Deus? "Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Yeshua Messias, o justo." I São João 2:1 (Gr.) Sim, esse não é nenhum outro senão o Messias, Aquele que nos amou a ponto de Se oferecer para dar a vida como resgate, a fim de nos remir do pecado e sua pena.

 

Três Fases

Essa sessão judicial no celeste Tribunal consta de três fases: 1 . O próprio juízo, ou seja o Juízo Investigativo. 2. O pronunciamento da sentença. 3. A execução da sentença. O Juízo Investigativo e a sentença, isto é, a declaração de inocência ou culpa, acontecerá necessariamente antes da segunda vinda do Messias, pois lemos que, quando Ele voltar, "retribuirá a cada um segundo as suas obras". Mateus 16:27.

8. Os Dez Mandamentos - os 'Asereth ha-Debarim - a Lei moral de Deus - são a norma do Juízo. É por esses Dez Preceitos que serão julgadas as vidas dos homens. Por ser a lei de Deus a expressão, ou a transcrição de Seu justo caráter, ela é a suprema regra de conduta para os homens e os anjos. Essa lei é perfeita, justa e santa. É a lei do amor, pois todo aquele que ama a Deus supremamente e ao seu próximo como a si mesmo, não violará deliberadamente nenhum de seus preceitos. Mediante o Messias, o Céu tem provido toda ajuda necessária para habilitar a todos, se assim o desejarem, a obedecer a essa santa lei.

Podem os homens apresentar desculpas, como por exemplo: "Não terei êxito em meus negócios, a não ser que às vezes falte com a verdade", ou "o Sábado é o meu melhor dia de negócios; se eu fechar minha loja nesse dia, isso me levará à falência". Outros ainda procuram justificar, por motivos semelhantes, a prática de pecados ainda mais grosseiros, mas nenhuma dessas desculpas lhes valerá, porque Deus é justo, e não pode relevar a transgressão de Sua lei. Naquela solene hora do Juízo, ver-se-á que a vereda da obediência é o único caminho que leva à verdadeira felicidade e à vida eterna. Riqueza, posição ou fama, conseguidas à custa do sacrifício de princípios, são fadadas a terminar ern completa ruína e perda eterna. Diz a Escritura: "Que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma? Ou que daria o homem pelo resgate da sua alma?" S. Marcos 8:36, 37.

 

Quando Começou o Dia do Juízo?

9. Foi revelado ao profeta Daniel o tempo exato quando devia iniciar-se esse Juízo Investigativo. Deste assunto trata pormenorizadamente a Lição 30 desta série, onde se acha expresso que o Juízo Investigativo nas Escrituras é chamado "a purificação do santuário". Daniel foi informado que "até duas mil e trezentas tardes e manhãs (ou dias, como em Gênesis 1:5, 8, 13, etc.), então o santuário será purificado". Daniel 8:14 (H). Um dia, em profecia simbólica, representa um ano. Ezequiel 4:6; Números 14:34. Portanto, esses dois mil e trezentos dias proféticos representam 2.300 anos literais, e segundo a profecia, o juízo deve começar ao fim desse período. Esse período de 2.300 anos teve início ao sair a ordem (ou decreto) para ''restaurar e para edificar Jerusalém". Daniel 9:25 (H).

10. Esse decreto histórico foi publicado por Artaxerxes I (Longimano), em 457 A.C., e entrou em vigor no outono daquele mesmo ano. Esdras 6:14; e 7:11-13. Começando no outono de 457 A.C., o período de 2.300 anos terminou no outono de 1844 A.D., quando deveria começar a purificação do Santuário. Essa purificação, sem dúvida, se refere ao Santuário celestial, pois o santuário terrestre foi destruído por Tito em 70 A.D. Ademais, a purificação do santuário terrestre, no Dia da Expiação, era uma cerimônia anual ao passo que a purificação do Santuário celestial, à qual se refere Daniel 8:14, ocorre urna só vez, e começou num tempo específico ---- rio outono de 1844 A. D.

11. Na Lição N° 30, vimos que o santuário terrestre (templo) teve por modelo o verdadeiro Santuário ou Templo do Céu - o lugar da habitação de Deus. Ver o Salmo 11:4. Visto como o Santuário terrestre serviu de "exemplar e sombra das coisas celestiais", segue-se que todos os serviços efetuados no Santuário terrestre eram uma "sombra" ou tipo dos serviços do Santuário celestial. Hebreus 8:5; 9:22-26. O cerimonial do Dia da Expiação, ou a purificação do santuário terrestre era, pois, uma representação simbólica do cerimonial do verdadeiro Dia da Expiação no Santuário celestial - cerimonial que está se passando agora. Como vimos, começou no outono de 1844, A.D.

12. O Dia da Expiação tem sido, através dos séculos, reconhecido como um dia de juízo - ou Yom ha-Din. Citamos de um autor judeu:

"O Dia da Expiação é o dia do Juízo, e nesse dia... os judeus clamam mais alto e muitas vezes por misericórdia." - Paul Isaac Hershon, Treasures of the Talmud, pág. 97.

No Dia da Expiação, no Santuário terrestre, o sumo sacerdote, pela primeira e única vez no ano, servia no Qodesh Qadashim - o segundo compartimento do Santuário. Este serviço constituía a final obra mediadora sacerdotal do ano, e oferecia aos Israelitas a última oportunidade no ano, para se arrependerem dos pecados e serem purificados de toda culpa. Levítico 23:29, 30, 32.

13. De maneira semelhante, desde o outono de 1844 A.D., Yeshua, nosso Sumo Sacerdote celestial, está procedendo ao Seu final serviço intercessório no Qodesh Qadashim do Santuário celestial. Enquanto essa cerimônia antitípica de Yom Kippur se processa no Céu, em favor dos pecadores, os homens e mulheres têm ainda a oportunidade de obter perdão e a purificação do pecado. Quando, porém, nosso Sumo Sacerdote completar essa derradeira obra mediadora, o gracioso oferecimento da misericórdia de Deus, perdão e salvação serão retirados para sempre! Todos os que deixarem de prevalecer-se desse final serviço intercessório, serão "cortados" do povo de Deus: estarão eternamente perdidos!

 

Uma Visão do Tribunal Celeste em Sessão

14. Ao profeta Daniel foi concedida uma visão desse Tribunal celeste em sessão:

- "Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias Se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da Sua cabeça como a pura lã; o Seu trono era como chamas de fogo, cujas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dEle; milhares e milhares O serviam, e miríade de miríades estavam diante dEle; assentou-se o tribunal e se abriram os livros." Daniel 7:9, 10 (H).

15. O "Ancião de Dias" ao qual se refere esta passagem, é Deus, o Pai. O "rio de fogo" é a hoste de inumeráveis anjos resplandecentes que ajudam na obra do juízo. O que significarão "os livros" que são abertos no juízo? A Bíblia revela que pelo menos três livros são guardados no Céu. São eles:

16. O Livro da Vida. Todos os que se arrependem de seus pecados e pela fé aceitam o Salvador e reclamam para si as virtudes do sangue de Seu sacrifício expiatório, terão inscrito o perdão junto a seu nome nos livros do Céu. Jesus, o Messias, ordena-lhes: "Alegrai-vos... porque os vossos nomes estão arrolados nos Céus." S. Lucas 10:20.

Os nomes de todos os que professam ser filhos de Deus, são registrados no Livro da Vida. Ver o Salmo 87:4-6 (H). Os nomes dos impenitentes serão apagados do Livro da Vida. Salmo 69:27, 26. Os nomes dos fiéis permanecerão ali; e essas pessoas serão libertadas quando vier o Messias, quando Ele vier para reinar. Daniel 12:1.

17. O Livro de Memória. Neste "livro razão" celestial estão registradas todas as boas ações dos que "temem ao Senhor" e "se lembram do Seu nome". Malaquias 3:16 (J). Cada ato de abnegação, cada prova suportada pacientemente, cada tentação vencida, são imortalizados. Mesmo o menor gesto de genuína bondade é anotado ali. As duas moedas das viúva judia, dadas ao serviço de Deus (S. Marcos 12:42), um copo de água fria dado a um discípulo (S. Mateus 10:42), a palavra de conforto proferida em tempo oportuno ao cansado ou desanimado - tudo é fielmente narrado e não deixará de receber sua recompensa. Toda indignidade, insulto e perseguição suportados pela causa de Deus, cada lágrima derramada por amor da verdade, são igualmente ali registrados. Diz o salmista:

- "Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no Teu odre; não estão elas inscritas no Teu livro?" Salmo 56:8 (H).

18. O Livro dos Pecados. Todo pecado que os homens cometem é registrado nesse livro. Diz o profeta: "Ainda que te laves com salitre, e amontoes potassa, continua a mácula da tua iniqüidade perante Mim, diz o Senhor Deus." Jeremias 2:22 (J). Que ocultos segredos esse registro revelará no dia do juízo! Exatamente como a sensível chapa fotográfica ou filme reproduz a exata semelhança de uma pessoa, assim o verdadeiro caráter de todo indivíduo é fielmente delineado nos livros do Céu. Os homens têm escrito biografias de personagens célebres, muito divulgadas, mas esses retratos são, na melhor das hipóteses, distorcidas e, na maioria dos casos, deformadas. Freqüentemente, erros cometidos são atenuados ou suprimidos, as faltas e fraquezas minimizadas ou deixam de ser mencionadas, ao passo que as virtudes são grandemente exageradas. Não é assim no livro celestial dos pecados! No juízo, até os motivos são cuidadosamente verificados, trazendo à luz os ocultos e mais íntimos recônditos do coração e revelando o que são os homens e mulheres na realidade. Uma renomada escritora retrata a cena da seguinte maneira:

"A obra de cada homem passa em revista perante Deus e é registrada pela sua fidelidade ou infidelidade. Ao lado de cada nome, nos livros do Céu, estão lançados, com tremenda exatidão, toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia, negligenciadas advertências ou repreensões, momentos desperdiçados, oportunidades desprezadas, a influência exercida para o bem ou o mal, com seus resultados de vasto alcance, tudo é historiado pelo anjo relator." - E. G. White, O Conflito dos Séculos, págs. 481, 482.

19. Em vista do alto e exaltado padrão de justeza de Deus, bem podemos nos perguntar: "Quem poderá subsistir? Quem está isento de falta ou livre de culpa'?'' Do ponto de vista estritamente judicial somente, ninguém escaparia à condenação da lei de Deus, "pois todos pecaram e carecem da glória de Deus". Romanos 3:23. Entretanto, nosso Pai celestial, em Seu infinito amor, proveu graciosamente um Substituto divino - o Messias - cuja morte vicária na cruz, pagou plena - e adequadamente a pena devida pela infração da lei. Em virtude desse sacrifício, pode Deus gratuitamente perdoar e justificar o pecador arrependido, sem alterar ou revogar, de qualquer maneira, a Sua santa lei. Citamos.

- "O Senhor fez cair sobre Ele (o Messias, nosso Substituto) a iniquidade de nós todos.... O Meu Servo, o Justo, com o Seu conhecimento justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre Si." (saías 53:6, 11 (H).

20. Prezado leitor, aceitando o Messias como o vosso Redentor e Sumo Sacerdote, Ele Se torna vosso Procurador e Advogado de Defesa, apresentando os méritos de Seu sacrifício em vosso favor, estareis então livres da condenação, pois a Sua justeza vos será imputada.

- "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É o Messias Yeshua quem morreu, ou melhor, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.'' Romanos 8:33, 34 (Gr.).

- "O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, (isto é, ele será considerado justo;) e de modo nenhum apagarei o seu nome do livro da vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante do meu Pai e diante dos Seus anjos.'' Apocalipse 3:5.

21. Todos aqueles cujo nome é retido no Livro da Vida, participarão da gloriosa e transcendente recompensa dos justos. Ver Daniel 12:1. Vida eterna espera-os por terem honrado seu Criador, neste mundo sem lei e cheio de pecado. Dentre aqueles nobres caracteres estarão Adão, Abel, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi e a grande hoste de homens e mulheres tementes a Deus, de todos os séculos, que se arrependeram de seus pecados e, ajudados por Deus, viveram de conformidade com a Sua santa lei.

22. Os que já professaram serem filhos de Deus, mas persistentemente violaram Sua sagrada lei, serão declarados culpados. Seus pecados serão retidos no registro do Livro dos Pecados, e seu nome será apagado no Livro da Vida. Quando Moisés intercedeu pelo culpado Israel, rogando que o seu nome fosse retirado do Livro, em lugar do nome deles, foi-lhe dito pelo Senhor:

- "Riscarei do Meu livro todo aquele que pecar contra Mim." Êxodo 32:33 (J).

Que pensamento solene este, que desde o outono de 1844 A.D., os incontáveis milhões de seres humanos que viveram através dos séculos, passaram, um por um, em revista no tribunal celeste! Nomes têm sido aceitos e assinalados para a vida eterna, e outros nomes têm sido rejeitados e apontados para destruição. Não sabemos quão cedo o nome dos que vivem agora, comparecerá em revista perante Deus. Mas sabemos isto: que, sem tardança, o destino de toda a humanidade estará selado para sempre!

 

Obra Conclusiva de Nosso Sumo Sacerdote

23. Ao final do serviço do Yom Kippur, nos tempos antigos, o sumo sacerdote saía ao pátio do Tabernáculo, ou Templo, e depunha todos os pecados confessados e perdoados sobre o bode expiatório, ou Azazel, que era então levado ao deserto para perecer. Esse Azazel representava Satanás, o autor e instigador de todo pecado. Em seguida a essa cerimônia, o sumo sacerdote mudava suas vestes e aparecia para abençoar a Israel. O destino de cada israelita estava agora inalteravelmente determinado.

Semelhantemente, quando o Messias, nosso Sumo Sacerdote, cessar Sua obra intercessória no Santuário celestial, o destino de cada pessoa estará firmado para toda a eternidade. Efetuar-se-á então o decreto:

- "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se." Apocalipse 22:11.

O Messias removerá então Suas vestes sacerdotais e Se vestirá do Seu traje real. Como Rei dos reis e Senhor dos senhores, voltará a este Seu mundo para adornar os mansos com a Sua salvação e para punir os transgressores, os que rejeitaram Seu amor e Sua misericórdia. Daniel 12:1. Satanás, o Azazel antitípico, o autor e instigador de todo pecado, sobre o qual terão sido depostos todos os pecados confessados dos justos, ficará confinado a esta terra que ficará então desolada por mil anos. Após esse período milenar, Satanás será destruído.

24. Lemos nas Escrituras que justamente antes do Dilúvio, o Senhor disse a Noé:

- "Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de Mim no meio desta geração." Gênesis 7:1 (J).

Noé obedeceu e, como resultado, ele e sua família estavam a salvo na arca, pois "o Senhor fechou a porta após ele'' (Gênesis 7:16), enquanto os que rejeitaram a misericórdia divina, ficaram fora. Por sete dias depois que Noé e sua família tinham entrado na arca, não houve sinal de dilúvio algum e os ímpios não tinham consciência de que estava selada sua condenação. Continuaram sua rotina de prazeres e, desafiantes, zombavam das mensagens vindas do Céu do juízo impendente. "Assim será", diz o Messias, ''também a vinda do Filho do homem." S. Mateus 24:39.

25. Em uma das grandes cidades do Oriente, um jovem descuidadamente deu um passo fora da calçada quando um carro ia passando à grande velocidade. Esse passo ter-lhe-ia sido fatal, não houvessem duas robustas mãos o agarrado e posto em segurança. Ele agradeceu a seu libertador e seguiu seu caminho.

Passaram-se alguns anos. Esse jovem deixou-se levar a uma carreira de crime e um dia foi preso e conduzido perante o magistrado. Ao fitar o benigno rosto do juiz, reconheceu nele o gentil cavalheiro que, anos antes, lhe salvara a vida. O jovem criminoso descobriu sua identidade e implorou: "Senhor juiz, o senhor me salvou a vida uma vez, não quererá salvar-me novamente?" Com tristeza, o juiz respondeu: "Jovem, naquela ocasião eu fui seu salvador, mas agora sou seu juiz!'' Yeshua é agora nosso Salvador se O aceitamos e O reconhecemos como nosso Redentor e Advogado. Entretanto, quando Ele completar Sua obra intercessória em favor da humanidade e sair do santuário, o destino de todos estará determinado para sempre. Os que tiverem rejeitado Sua misericórdia, desprezado Seu amor e desdenharam a Sua lei, verão que Aquele que agora é seu Salvador, será então seu Juiz!

26. Caro leitor, nestas horas finais do tempo de graça, não queres buscar ao Senhor de todo o vosso coração? O cerimonial antitípico celestial do Yorn Kippur está prestes a terminar, e a doce voz da misericórdia deixará de se ouvir. O Deus de nossos pais é um Deus de amor. Ele deseja "que nenhum pereça". II S. Pedro 3:9. Podes ouvirLhe a súplice voz a convidar:

- "Buscai o Senhor enquanto Se pode achar, invocai-O enquanto está perto." (saías 55:6 (J).

- "Eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação." II Coríntios 6:2.

- "Oxalá ouvísseis hoje a Sua voz! Não endureçais o vosso coração." Salmo 95:7, 8 (H).

- "Tão certo como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva.'' Ezequiel 33:11 (J).

- "Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração.... Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é misericordioso e compassivo, e tardio em irar-Se, e grande em benignidade." Joel 2:12, 13 (H).

 

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