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PARA o JUDEU: Após o pecado do bezerro de
ouro, Moshê (Moisés) rezou e, no dia dez do mês hebraico de Tishrei, D'us
concedeu pleno perdão ao povo judeu.
O Yom Kipur no Templo: Sete dias antes do Dia da Expiação, o Sumo Sacerdote era levado de sua casa e colocado na Câmara dos Conselheiros, e outro sacerdote ficava de sobreaviso para assumir seu lugar, no caso de acontecer-lhe algo que o tornasse impróprio para o Serviço. Era deixado aos cuidados dos anciãos do Bet Din, Tribunal Rabínico, que liam perante ele a ordem do dia (para torná-lo bem versado no Serviço). Diziam-lhe eles: "Meu Senhor Sumo Sacerdote, recite com sua própria boca, para que não seja esquecido, ou se nunca o aprendeu." Na véspera do Dia de Expiação pela manhã, eles o faziam ficar de pé no Portão Ocidental, e passavam por ele bois, carneiros e ovelhas, para que adquirisse conhecimento e se tornasse versado no Serviço. Durante todos os sete dias não lhe eram negados água e alimento; mas na véspera do Dia de Expiação, quando anoitece, não lhe permitiam comer bastante, pois a comida induz ao sono. Os anciãos da Corte o entregavam aos anciãos do Sacerdócio, e estes o levavam à Casa de Abtinas (no pavimento superior do Bet Hamicdash, Templo Sagrado, no lado sul da "Corte dos Sacerdotes"). Faziam-no jurar de que realizaria o Serviço de acordo com a tradição, e antes de deixá-lo, diziam sobre ele: "Meu Senhor Sumo Sacerdote, somos representantes da Corte, e o senhor é nosso representante. Nós lhe suplicamos por Ele, que fez Seu nome habitar nesta Casa, para que não altere nada daquilo que lhe dissemos." Ele voltava-se de lado e chorava, e eles voltavam-se de lado e choravam (pois uma suspeita fora lançada sobre ele). Se ele fosse um Sábio, costumava explicar as Escrituras, e caso não fosse, os Sábios costumavam explicá-la perante ele. Se era versado na leitura das Escrituras, lia, e se não o fosse, eles liam perante ele (para distrair-lhe a mente e impedi-lo de dormir). E que parte liam perante ele? Iyov, Ezra e Divrê-Hayamim.
Zecharia ben Kebutal disse: "Muitas vezes eu li perante ele, do livro de Daniel." Se ele estivesse com aparência sonolenta, jovens membros do sacerdócio ergueriam o dedo médio perante ele e lhe diziam: "Meu Senhor Sumo Sacerdote, levante-se e afaste o sono de uma vez caminhando sobre o chão frio." E costumavam distraí-lo até que a hora do sacrifício se aproximasse. Fazia-se um sorteio para dividir os serviços sagrados entre os sacerdotes. O oficial encarregado dizia-lhe: "Vá e veja se chegou a hora do sacrifício. Se tivesse chegado, aquele que a vira proclamava: "Barkai!" (O dia amanheceu!). O Sumo Sacerdote era levado ao local de imersão. Neste dia o Sumo Sacerdote imergia cinco vezes, e dez vezes ele purificava suas mãos e pés. Eles esticavam um lençol de linho entre ele e o povo. Ele despia as roupas, descia e mergulhava, saía e secava-se. Traziam-lhe vestes de ouro e ele as vestia, e santificava suas mãos e pés. Traziam a ele o Tamid, Oferenda Diária Completa. Ele fazia a incisão e outro completava a oferenda em seu nome. Ele ia para o interior para queimar o incenso matinal e para cuidar das lamparinas. Traziam-no à câmara dentro da Corte do Templo Sagrado. Esticavam um lençol de linho entre ele e o povo. Ele santificava suas mãos e pés e despia as roupas. Descia e mergulhava, saía e secava-se. Traziam-lhe vestes brancas; ele as envergava e santificava suas mãos e pés. Pela manhã, era vestido em linho, e na parte da tarde em linho indiano. Isto era pago com fundos públicos, e se ele desejasse gastar mais, podia fazê-lo às suas próprias custas. Aproximava-se de seu novilho, que estava de pé entre o Salão e o Altar, a cabeça para o lado sul e a face voltada para oeste. E o Sumo Sacerdote ficava a leste com a face voltada para oeste; e colocava as mãos sobre ele e fazia uma confissão. Ele costumava dizer: "Ó D'us, cometi iniqüidade, transgredi e pequei perante Ti, eu e minha casa. Ó D'us, perdoa as iniqüidades e transgressões e pecados que cometi e transgredi perante Ti, eu e minha casa, como está escrito na Torá de Teu servo Moshê: 'Pois neste dia a expiação deve ser feita para te purificar; de todos teus pecados perante D'us deves ser limpo'". Todos os sacerdotes e o povo que ficava de pé na Corte, ao ouvirem o Nome glorioso, inefável e inspirador pronunciado pelo Sumo Sacerdote com santidade e pureza, ajoelhavam-se e prostravam-se sobre suas faces, dizendo: "Bendito seja o Nome de Sua gloriosa Majestade para todo o sempre." Após terminar o serviço do dia, traziam-lhe suas próprias roupas e o acompanhavam até sua casa. Ele então reunia todos seus amigos para celebrar sua saída do Santuário sem nenhum problema. O Machzor, livro de rezas de Rosh Hashaná e Yom Kipur, descreve: "Como era glorioso o Sumo
Sacerdote, quando deixa a salvo o Santuário... A HISTÓRIA DE YOM KIPUR “Ao Eterno,
nosso D’us, pertence a misericórdia e o perdão...” Uma história verdadeira: quando Moisés subiu ao Monte Sinai, encontrou-se com o Santo, Bendito Seja, que escrevia em Sua Torá Sagrada: “...o Eterno, o Eterno, tarda em irar-se …” Moisés, então, completou: “...com os justos”. Mas lhe respondeu o Todo-Poderoso: “...também com os iníquos”, ao que Moisés retruca: “Senhor do Universo, deixa perecer os iníquos”. E o Santo, Bendito Seja, fez uma promessa a Moisés: “Juro, por tua vida, que há de chegar o dia em que implorarás por Meu perdão, até mesmo para os perversos”. Moshé Rabeinu, nosso Mestre Moisés, foi um homem muito completo e espiritual, o que não o impediu, no entanto, de ser também o ser humano mais humilde jamais visto. A Torá, criada e escrita por D’us, mas trazida à Terra por ele, leva seu nome: Torat Moshê, a Torá de Moisés. Primeiríssimo dentre os profetas de D’us, escolhido para pastor de Seu Povo, Moisés liderou a libertação dos judeus do jugo egípcio. Cinqüenta dias após o Êxodo, no 6º; dia do mês de Sivan do calendário hebraico, D’us revelou-Se a todo o povo judeu, fazendo a proclamação dos Dez Mandamentos. No dia seguinte, Moisés subiu ao Monte Sinai para receber as Tábuas com os Mandamentos e para aprender o conteúdo da Torá. Informou ao povo que lá ficaria por 40 dias, retornando na manhã do quadragésimo dia. Supondo que o dia de sua subida contaria como o primeiro dos quarenta dias, o povo esperava que Moisés retornasse no 16º dia do mês de Tamuz. Mas Moisés lhes dissera que estaria ausente durante 40 dias e 40 noites. Isto significava que ele só estaria de volta no dia 17 de Tamuz. Explicam nossos sábios que após vivenciar a Revelação Divina no 6º dia de Sivan, o povo judeu tinha alcançado o zênite espiritual. Quando Moisés descesse do Monte Sinai portando as Tábuas da Lei, o objetivo da Criação estaria realizado e não mais haveria morte ou maldade no mundo. Ter-se-ia iniciado a era messiânica. Mas Satã, o anjo da morte que tem por missão tentar os homens com o pecado, lutaria com todas as suas forças malignas, até o final, para evitar que tal momento se concretizasse. O sol nasceu e se pôs no dia 16 de Tamuz e Moisés não retornou. A apreensão tomou conta do povo. O que teria sucedido ao homem que os conduzira da escravidão para a liberdade? Estaria morto? O pânico apossou-se deles. O erro no cálculo, ainda que por um único dia, levou-os ao desespero e a trágicas conse-qüências. O Midrash revela que Satã, aproveitando-se da oportunidade, criou a ilusão de escuridão e tumulto e mostrou ao povo a imagem de Moisés já morto, sendo carregado nos Céus. Em sua fuga do Egito, o povo judeu foi seguido pelos Eirev Rav – egípcios que, tendo aceito a liderança de Moisés, abandonaram sua terra durante o Êxodo. Cerca de três mil deles se aproximaram de Aarão – irmão de Moisés e o primeiro Cohen Gadol, Sumo Sacerdote – exigindo um ídolo para substituir o líder judeu: “Faze-nos deuses que sigam à nossa frente, pois quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito – não sabemos o que lhe terá sucedido” (Êxodo 32:1). Aarão percebe que os Eirev Rav estavam instigando o povo judeu a cometer um erro deplorável. Mas temia que fosse morto, caso resistisse; um homem chamado Hur, um dos líderes judeus, recusara-se a fazer o tal ídolo e o tinham assassinado. Aarão, que sempre preferira a morte sobre a idolatria, percebeu que caso morresse, assim extemporaneamente, seria uma catástrofe para seu povo. E, por outro lado, esperava o pronto retorno de seu irmão. Buscando ganhar tempo, pede que lhe tragam muito ouro, certo de que o povo se negaria a abrir mão de sua riqueza. Mas o povo responde, de imediato, a seu pedido. Tiraram “das orelhas as argolas de ouro e as trouxeram a Aarão” (Êxodo 32:3). Este, então, junta o ouro todo e o atira ao fogo, esperando que de lá emergisse uma massa disforme, para assim dar mais tempo para que Moisés retornasse. Porém, os feiticeiros egípcios que se encontravam entre os Eirev Rav, com suas bruxarias fazem emergir do fogo um bezerro de ouro. E aquele bezerro de ouro os Eirev Rav entregam aos judeus: “É este o teu deus, Ó Israel, que te tirou da terra do Egito” (Êxodo 32:4). Em sua última tentativa de evitar que os judeus adorassem o bezerro de ouro, Aarão edifica um altar e proclama a seu povo: “Amanhã será a festa ao Senhor” (Êxodo 32:5). Com suas palavras, deixa claro que a festividade seria para reverenciar o Senhor, D’us do Universo, e não o bezerro. Esperava, de fato, que quando seu irmão retornasse do Monte Sinai, juntos celebrariam a dádiva Divina, a entrega da Torá ao povo judeu. Mas Moisés não voltou na manhã do dia seguinte e o povo continuou a adorar o bezerro de ouro, cometendo atos imorais diante da estátua. Enquanto isso, Moisés estava no Monte Sinai, sorvendo os ensinamentos da Torá e recebendo as Tábuas que continham os Dez Mandamentos. É quando, subitamente, recebe nova ordem Divina: “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu e depressa se desviou do caminho que lhes havia Eu ordenado. Fizeram para si um bezerro fundido e se prostram diante dele, em adoração, e a ele oferecem sacrifícios” (Êxodo 32:7-8). D’us revela a Moisés Sua intenção de destruir o povo judeu por estar adorando o bezerro de ouro. Mas antes de aplicar seu castigo decisivo, o Onipotente diz a seu profeta: “Tenho observado este povo, e eis que é um povo obstinado. Agora, pois, deixa-Me; para que se acenda contra eles o Meu furor e Eu os aniquile; e de ti farei uma grande nação” (Êxodo 32: 9-10). Um decreto trágico aparentemente fora selado. Mas, nas próprias palavras da severa sentença do Criador, jazia o segredo para reverter tão infausto destino. Moisés nem chegara a responder à acusação feita por D’us a Israel e já continuava a lhe dizer o Eterno, Todo-Poderoso: “...deixa-Me; para que se acenda contra eles o Meu furor e Eu os aniquile...” E o profeta compreendeu o que lhe queria dizer D’us: “Deixa-Me, senão não poderei aniquilá-los. Pois que o destino de Israel está em tuas mãos. Se rezares por eles, eles serão redimidos”. E com isto voltamos à história verdadeira com que iniciamos. Moisés põe-se, de imediato, a orar a D’us: “O Eterno, o Eterno, tarda em irar-se …”. E eis que lhe responde o Santo, Bendito Seja, “Mas não foste tu mesmo que Me disseste que Minha misericórdia deveria ser reservada apenas ‘aos justos’?” Ao que responde Moisés: “E Tu não me afirmaste que seria aplicada ‘também aos iníquos’?” Faze, agora, portanto, com que Tua bondade de ser tardio em irar-se seja concedida também aos pecadores, fazendo com que se cumpram Tuas próprias palavras”. Relata-nos a
Torá que o profeta prevaleceu sobre o Criador: “... Então se arrependeu o
Senhor e reconsiderou o mal que dissera havia de fazer a Seu povo” (Êxodo
32:14). No 19.o dia
do mês de Tamuz, Moisés ascendeu ao Monte Sinai, mais uma vez, em busca de
expiação para seu povo. “Vós cometestes grande pecado”, disse-lhes antes de
subir, “agora porém, subirei ao Senhor e farei propiciação junto a Ele,
tentando obter perdão pelo vosso pecado” (Êxodo 32:30). Os comentaristas revelam, com riqueza maior de detalhes, o diálogo que se travou entre Moisés e D’us: “Se perdoares Israel, quanto júbilo! Mas se não o fizeres, tira a minha vida e apaga da Torá qualquer menção à minha pessoa, pois não poderei ser líder se falhar em obter o perdão para meu povo” (Rashi). Segundo o Rabi Ovadia Sforno, grande erudito em Torá, Moisés disse a D’us: “Independentemente de Tu os perdoares ou não, retira os meus méritos pessoais de Teu livro e credita-os na conta do povo de Israel”. Moisés, o homem mais humilde de todos os tempos, ousava enfrentar o Criador Infinito. Face à escolha, preferiu ser o pastor de Israel do que o profeta de D’s. O Rebe de Lubavitch, quando falava desse incidente, explicava: toda a existência de Moisés estava contida na Torá que ele trouxera para seu povo. A Torá era mais do que uma lição que ele iria transmitir adiante. Era o que ele representava. E ainda assim, quando chegou o momento de escolher entre a Torá e o seu povo, ele optou por seu povo. Pois que bem no íntimo de sua essência, no mais profundo de seu ser, residia a sua identidade e a sua unicidade com seu povo. Moisés permaneceu no Monte Sinai, novamente, durante 40 dias, implorando por seu povo. Ele desceu ao acampamento dos judeus no 29dia do mês de Menachem Av. Foi então que recebeu uma ordem Divina, que valia a pena ser celebrada: “Lavra duas tá-buas em pedra, como as primeiras; e Eu escreverei nelas as mesmas palavras que estavam nas primeiras, que quebraste em pedaços. E prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao Monte Sinai e ali te apresentes a Mim, no cume do monte” (Êxodo 34:1-2). Como lhe
fora ordenado, Moisés lavra duas estelas em pedra. No primeiro dia do mês
hebraico de Elul, ele madruga e ascende ao Monte Sinai pela terceira vez.
Após ter chegado ao topo da montanha, aparece-lhe o Eterno e ensina-lhe o
texto de uma prece que, no futuro, serviria para sempre invocar Sua
misericórdia. Esta oração, os Treze Atributos da Misericórdia, contém treze
descrições sobre D’us, todas acerca de Sua compaixão e bondade infinitas.
Com esta invocação ninguém jamais deixa de merecer a Graça Divina. Aquele dia se tornou o primeiro Yom Kipur, o primeiro Dia do Perdão. D’us decidiu que, a partir de então, o 10.o dia de Tishrei seria o dia no ano em que Ele se dedicaria aos rogos, remorsos e preces pelo perdão. Assim como perdoara o pecado cometido através do bezerro de ouro, no futuro, nesse mesmo dia, Ele também perdoaria as futuras transgressões que o povo judeu cometesse contra Seu Nome. Como vimos, então, Yom Kipur – o Dia do Perdão – é celebrado no 10.o dia do mês judaico de Tishrei. É o dia mais sagrado de nosso calendário, uma data mencionada na Torá como o “Sábado dos Sábados”, Shabat Shabaton. A Torá nos ordena guardá-lo de acordo com todas as leis que estipula, “...porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o Eterno” (Levítico 16:30).
O Dia do Perdão Moisés no Monte Sinai. E como Moisés, que rezou por todo o nosso povo, assim o fazemos nós. As orações da liturgia de Yom Kipur são todas pronunciadas no plural, pois não rezamos apenas por nós, mas por toda a congregação de Israel. E seguindo os ensinamentos de D’us a Moisés, invocamos os Treze Atributos de Misericórdia Daquele que é Rei Misericordioso. Moisés jejuou 40 dias e 40 noites para obter o perdão para seu povo. Os sábios nos explicam que durante esse período, Moisés viveu como um anjo. Em Yom Kipur, nós também jejuamos, abstendo-nos de comer e beber. Não realizamos nenhuma das atividades proibidas no Shabat, pois que Yom Kipur é o “Sábado dos Sábados”. Não usamos sapatos de couro, não nos banhamos nem tampouco usamos perfumes e cremes, e não temos relações conjugais. Assim agindo, durante todo o Yom Kipur, deixamos para trás nossos afazeres mundanos, nossos desejos e nossas preocupações. Ao nos elevarmos espiritualmente, aproximamo-nos de D’us, estando desta forma mais aptos a obter o favor Divino sobre nós e sobre todos os nossos irmãos – o Povo Judeu, o Povo de Israel. Nos Pirkei - comentários - de Rabi Eliezer (capít. 46), este sábio cita Satã, o anjo do pecado e aquele que iniciou a instigação que terminaria no incidente do bezerro de ouro, quando se coloca diante de D’us, em Yom Kipur: Satã percebeu que não havia pecado entre o povo, em Yom Kipur. Disse então a D’us: “Tens diante de Ti um povo único, como os anjos que Te auxiliam nos Céus. Como os anjos, que não comem nem bebem, assim o fazem os judeus, no Yom Kipur”. Este é o único dia do ano em que Satã não tem poder de acusação sobre o povo judeu. Assim sendo, é o dia em que podemos obter o perdão Divino sem enfrentar quaisquer impedimentos espirituais. D’us decide o destino de cada uma das pessoas em Rosh Hashaná, mas Ele apenas confirma os Seus desígnios ao término do Yom Kipur. Ensinaram-nos que o arrependimento, a prece e a caridade podem reverter o destino infausto. “Agora, deixa-Me!”, D’us ordenou a Moisés. “Deixa-Me só, pois tu podes anular Meus decretos”. Devemos lembrar-nos que foi o Criador – e não Moisés – quem escreveu a Torá. E portanto, foi D’us, Ele Próprio, quem decidiu registrar esse incidente em Sua Torá – em que um ser humano prevaleceu sobre Seus decretos – para ensinar a todas as gerações futuras que o destino do povo judeu está assentado sobre os atos e orações de cada um de nós. ------------------------------------ Os treze atributos de misericórdia Quando D’us
escreveu a Sua Torá, revelou a Moisés e, subseqüentemente, a todas as
gerações do povo judeu, o texto de uma ora- Seguem-se os Treze Atributos e uma breve explicação sobre cada um: O Eterno – este Nome denota o atributo Divino da Misericórdia e os milagres feitos por Ele para anular até mesmo as leis da natureza por Ele criado. Seu Nome aparece duas vezes nos atributos. Na primeira significa que D’us tem piedade dos pecados do homem, apesar de Ele saber que a pessoa cometerá atos indignos no futuro. O Eterno – a segunda menção de Seu Nome denota que mesmo que alguém tenha pecado, D’us misericordiosamente aceita seu arrependimento. El (D’us) – este Nome denota o infinito poder do perdão Divino. Nele está implícito um grau de misericórdia que ultrapassa o indicado pelo Nome de Seu primeiro e segundo atributos. Rachum (Compassivo) – D’us alivia o castigo dos culpados e ajuda as pessoas a evitar situações penosas. Ve-Chanun (e Gracioso) – D’us é gracioso mesmo com os que não o merecem. Erech Apayim (Tardio em irar-se) – D’us é paciente com os justos e com os iníquos. Ao invés de logo punir os pecadores, Ele lhes dá tempo para se recuperarem e se arrependerem. Ve-Rav Chessed (e Magnânimo em Sua Bondade) – D’us é bondoso mesmo com os que não têm o mérito de praticar o bem. E se o comportamento de alguém se equilibra entre a virtude e o pecado, D’us inclina a balança do julgamento para o lado do bem. Ve-Emet (e Verdadeiro) – A verdade é o próprio Selo Divino. D’us jamais volta atrás em Suas palavras de recompensar os que o merecem. Notzer Chessed Le-alafim (Preservador da Bondade para milhares de gerações) – D’us preserva as boas ações das pessoas em benefício de seus descendentes. É por isso que constantemente invocamos os méritos dos patriarcas do povo judeu: Abrahão, Itzhak e Jacob. Avon (Iniqüidade) – Esta é uma das três categorias de pecado e se refere a um pecado intencional, perdoado por D’us se houver arrependimento sincero. Va-Pesha
(Pecado Rebelde) – Este é o tipo mais sério de pecado, cometido com a
intenção de causar a Ira Divina. Mesmo uma transgressão tão séria é perdoada
quando há arrependimento. Ve-Nakê (Aquele que purifica) – Quando alguém se arrepende, D’us purifica o seu pecado, fazendo desaparecer o efeito do mesmo.
Bibliografia:
PARA o MESSIÂNICO: Tal como na Parashat de Yom Teruah (Bereshit/Génesis 22:1), que dá inicio registrando o nascimento de Isaac, a Parashat de Yom Kippur começa com a morte dos filhos de Aarão. Este fato é importante por sí só porque representa como a sabedoria dos velhos contemplam estas duas festividades. A primera, uma festividade de alegria que representa o nascimento e novos começos, enquanto que a outra, uma festividade de tristeza representa a morte e um final. O fato é, sem dúvida, para nós que acreditamos no Mesías Yeshúa, que estas são duas festividades de Alegria. A razão radica, como tenho comentado no pasado, que uma representa ocultar que os crentes se deixem arrastar a um lugar de proteção dos ataques das tribulações que sucedem na terra e a outra representa o regreso de Yeshúa HaMashiaj para estabelecer Seu Reino Terrenal (Daniel 12:1-2). Que podería ser de mais alegria para aqueles que pertenecem a Yeshúa HaMashiaj? Digo “pertencem” porque não é suficiente para você conhecer a Yeshúa HaMashiach, Éle necesita conhecer a você. A única parte triste, portanto, é que há muitas pessoas a quem amamos e a grande maioría da população judea, não são reconhecidos por Yeshúa HaMashiaj. Serão deixados para trás, como ficarão atrás para o juízo, os residentes de ambas gerações de Noé e de Lot. Interesante como da resultado este tema, mas, o que realmente eu quero comentar para a Parashat de Yom Kippur é esta passagem das Escrituras que atraiu a minha atenção: Vayikra / Levíticos 16:21 E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgresões, segundo todos os seus pedados; e os porá sobre a cabeça do bode, e envi-lo-á ao deserto, pela mão dum homem designado para isso. 22 Assim aquele bode levará sobre sí todas as iniquidades deles à terra solitaria; e enviará o bode ao deserto. Ainda que as Escrituras não o mencionam, ensina-se que o animal sobre o qual Arão colocou suas mãos, denominado Azazel, también conhecido como “bode expiatorio” foi lançado por un barranco no deserto e morreu. Nos tempos do Beit HaMikdash (Templo) Azazel era sinónimo de HaSatan (Satanás) y aquí esta o ponto onde quero chegar. Encuentro muito interesante que HaShem instruia Aarón a enviar a Azazel ao deserto porque era exatamente onde o Ruaj HaKodesh (espírito, o Santo) levou a Yeshúa a ser tentado por HaSatan. Mattityahu / Mateus 4:1 Então foi conduzido Yeshúa pelo espírito, o Santo ao deserto, para ser tentado pelo HaSatan. Por acaso é isto somente coincidencia ou existe algo significativo que podemos aprender disto? O fato é que existe algo significativo em isto do porque nós somos tentados mais por Satanás quando estamos no deserto. Existe muitos momentos na vida do crente que se passão no deserto. Sabe o que quero falar, que tivemos todos aí, em um lugar vazío, desolado, de solidão, um lugar onde parece que D-us te abandonou. Se sente como se estivese no deserto. E nestes momentos quando mais vulnerável estás para receber ataques de HaSatan é nestes tempos, quando estás no deserto, que ele ataca mais. O deserto é um lugar muito seco; não existe agua, e não existe comida. É um lugar onde deves depender totalmente de HaShem para sobreviver e agora nos falam que Azazel anda solto neste lugar. Quando você e eu estamos en lugares de fortaleza, lugares como nossas congregações e entre otros crentes, não temos problemas em contra-atacar os embates de HaSatan, perem quando nos deixam sózinhos no deserto, nos tornamos muito vulneráveis. Sabem porqué? É porque esse é o lugar onde HaShem foi expatriado (Azazel). O deserto de nossas vidas é seu terreno de pasto! Podería ser ésta a razão pela qual o Shaul HaShaliaj (Pablo el Apóstol) nos fala: Ivrim / Aos Hebreos 10:24 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras: 25 Não deixando a nossa congregação, como é de costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quando vedes que se vai aproximando aquele dia.
MAIS: Yom Kipur: Kol Nidrei
Na véspera de Yom Kipur, em todas as
sinagogas ao redor do mundo, a Arca Sagrada é aberta e os rolos de Torá são
retirados. Em seguida, o chazan e a congregação entoam o Kol Nidrei. Um
prelúdio marcante que durante séculos transmite a gerações de judeus o
espírito do Dia do Perdão.
Kol Nidrei, que em aramaico significa
“todos os votos” ou “todas as promessas”, apesar de tocar o fundo da alma
judaica, infundindo em cada um dos presentes temor e esperança, na realidade
não é uma oração e o texto sequer menciona o tema arrependimento. É uma
declaração coletiva que permite aos que estão presentes anular promessas,
votos ou juramentos feitos a D’us e não cumpridos. No Yom Kipur, na hora do
Kol Nidrei, somos lembrados que a palavra é sagrada e que promessas
assumidas devem ser escrupulosamente respeitadas.
Apesar do texto do Kol Nidrei ser sempre
o mesmo, tanto o ritual como sua antiga melodia variam de acordo com as
tradições de cada comunidade. Nas comunidades asquenazitas o tom é grave e
sério. Leon Tostoi, quando ouviu o Kol Nidrei pela primeira vez, numa
sinagoga da Rússia, ficou profundamente tocado e a descreveu como a mais
triste, mas também a mais elevada de todas as melodias que já ouvira. “Era
uma melodia que ecoava a história do grande martírio de uma nação atingida
pelo sofrimento”. O músico Beethoven usou um trecho melódico do Kol Nidrei
nos oito compassos iniciais de um de seus últimos quartetos (Mi Menor opus
131), para dar uma atmosfera mais grave à sua obra.
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